Comprei um pente para,
quando eu não estou,
tu próprio te despenteares
e um livro de poemas tristes
e um disco de canções tristes,
uma chaleira e um bule,
um stock de saquinhos de chá
suficiente para atravessar o Inverno,
para hibernar, chegar ao Verão,
um bloco de póstitos amarelos
para as notas importantes
e um lenço de mão,
não de linho mas 100% algodão,
com o um coração a ponto cheio bordado.
O mais difícil foi comprar um lenço assim,
quase não há bordadeiras,
mas queria um coração,
a metáfora do meu coração,
no teu bolso,
nas tuas mãos,
para secares os olhos,
para assoares o nariz.
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