terça-feira, 20 de setembro de 2022

Rui de Noronha Ozório

 Um poema, 

um leve poema que vai germinando na terra. 

Um regador que o cobre molhado de palavras, 

um vaso onde se junta pelas raízes, 

um canteiro onde se inunda pelas matrizes da paisagem, 

um jardineiro que o alimenta em voz projectada, 

 uma jarra chinesa onde é depositado para ornamento, 

uma flor pintada aos versos. 

 Um poema. 

 

E o poeta? 

O poeta morreu na hora que o terminou. 

Morre sempre mais um bocadinho. 

 

Devagar, 

 sílaba a gota,

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